As Forças Armadas de joelhos

Por Luiz Marinho

O título acima traduz o sentimento, o grande desejo de Jair Bolsonaro. Humilhar, pisotear, tripudiar sobre as Forças Armadas e seus comandantes. O velho ditado já diz que a vingança é um prato que se come frio. E é justamente isso que ele está fazendo. Dando o troco por ter sido afastado da corporação depois de ter cometido atos de indisciplina e deslealdade para com os seus superiores no Exército, em 1987.

O ápice dessa obsessão se fez no patético desfile de veículos blindados da Marinha na Praça dos Três Poderes. Em uma tentativa de mostrar ser o comandante-em-chefe de todas as Forças constrangeu general, almirante e tenente-coronel. Tudo para sentir a realização de um psicopata.

Sim, o evento constrangedor – nacional e internacionalmente, também buscou reafirmar a ameaça já feita por um de seus filhos de que acabaria com o STF com um jipe e um soldado. E, claro, serviu para animar a sua tropa cega e fascista. Mas no fundo, no fundo, é um grande movimento de vingança.

Mas mesmo que a motivação seja essa, o objetivo é manter acesa a chama do golpe fascista presente em seus discursos e movimentos desde a posse. Desacreditar a ciência mesmo que isso custe a vida de mais de 560 mil brasileiros e brasileiras; inviabilizar as universidades e sua autonomia; atacar a imprensa; e plantar dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral são posturas que seguem o roteiro do manual fascista. Referência teórica de toda a familícia e dos patifes e indignos aliados mais próximos.

Por isso, cabe às forças democráticas, neste momento, denunciá-los em todos os espaços e enfrentá-los. O Congresso Nacional e o Poder Judiciário têm de se levantar com todas as “armas” contidas na nossa Constituição Cidadã, como diria Ulysses Guimarães, e colocar esse psicopata em seu devido divã.

Luiz Marinho foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT, ministro do Trabalho e da Previdência e prefeito de São Bernardo do Campo.

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