Uma resposta ao cinismo de Doria

Luiz Marinho

O artigo do governador de São Paulo, eleito em dobradinha com Bolsonaro em 2018, publicado na imprensa de São Paulo na última quarta-feira (21/04), é de uma desonestidade intelectual só vista nos currículos de membros do governo genocida. Sem qualquer vergonha, ao avistar o iceberg que se aproxima, tenta praticar uma manobra com o Titanic de sua aliança.
 
Fala em esperança, em respeito aos direitos humanos, em fim do racismo. Ora, ora. Foi exatamente o discurso na contramão disso tudo que ele usou para se eleger governador segurando, firmemente, na mão de Bolsonaro e sua turma fascista.
 
Fala em pessoas com fome, inflação em alta, do aumento da pobreza, do desemprego. E pensa que esquecemos do discurso liberal do Paulo Guedes, que ele utilizou como andaime durante sua campanha. Querer pousar de socialdemocrata e de preocupado com os mais pobres a esta altura do campeonato é de um oportunismo próprio dos cínicos e mitômanos.
 
Para ter um pouco de dignidade, Doria deveria ter dito no seu texto que o Brasil da Esperança que ele fala é a volta do Brasil de Lula. Um Brasil com inflação baixa, pleno emprego, com as famílias brasileiras fazendo três refeições diárias, com churrasco no final de semana e o tanque do carro cheio. Um Brasil em que as empresas experimentaram crescimentos nunca antes visto na história brasileira.
 
O Brasil de Lula, o verdadeiro Brasil da Esperança, que levou os pobres para a universidade e para andar de avião. Que deu moradia digna com o Minha Casa, Minha Vida e garantiu o atendimento à saúde com o SAMU, o Brasil Sorridente, as UPAs.
 
O Brasil de Lula que resgatou a dignidade de negros e negras, LGBTQIAs com políticas afirmativas e o reconhecimento de áreas remanescentes de quilombos. Que desenvolveu políticas de proteção e de respeito às mulheres, tema aliás, não tratado pelo artigo de Doria.
 
O Brasil de Lula que estimulou e apoiou fortemente o setor primário, da agricultura familiar ao agronegócio. Mesmo que a visão mesquinha de classe desses últimos os impeçam de reconhecer isso.
 
Sim, é hora de mudar. É hora de trazer o Brasil da Esperança de volta. É hora de fazer o Brasil sorrir novamente como no Brasil de Lula.


 
Luiz Marinho é bacharel em direito, presidente do PT/SP, foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT, ministro do Trabalho e da Previdência no governo Lula e prefeito de São Bernardo do Campo

Deixe uma resposta