Luiz Marinho
O (des)governo Bolsonaro todos os dias mostra a sua incapacidade de sentir empatia para com a maioria da nossa gente. A partir de abril (apenas a partir de abril, como se a fome pudesse esperar) começará a pagar a segunda etapa do auxílio emergencial. Contudo, com um valor absolutamente insuficiente para o sustento de uma família. Aqueles e aquelas que perderam os seus empregos ou que viram sua renda cair por conta da pandemia, que lhes impossibilita até de fazer uns bicos, não serão atendidos como deveriam.
Depois de ser derrotado pela oposição no ano passado, quando foi aprovado o auxílio no valor de R$ 600 – quando Bolsonaro queria R$ 200 – agora ele volta a carga e atendendo ao seu espírito sempre presente de não gostar dos pobre lança mão de um auxílio em que 75% das famílias beneficiadas receberão apenas R$ 250. E, para piorar, mais da metade receberá apenas R$ 150.
O valor que a maioria das famílias receberá, segundo o Leonardo Sakamoto indicou em sua coluna no UOL, não é suficiente para comprar 23% dos produtos de uma cesta básica. Ou seja, não será suficiente para as mães minimamente alimentarem seus filhos e filhas.
E por que isso?
Simplesmente porque a prioridade desse (des)governo é atender aos ricos e aos fascistas. Seus parceiros prioritários são os fazendeiros, e para eles… liberação de armas, de agrotóxicos. São os militares, e para eles… mais benesses. São laboratórios, e para eles… a cloroquina.
Um bom debate a fazermos com o nosso povo da periferia é pedir para as pessoas indicarem uma, apenas uma, realização desse (des)governo bolsonaro que tenha impactado suas vidas de forma determinante. Com certeza, não terão respostas.
Esse é o debate que devemos fazer. Se com a pandemia não é recomendado irmos para as ruas, ocupemos as redes e o Whats App fazendo esse questionamento e comparando. Nós fizemos o Minha Casa, Minha Vida ele fez o que? Fizemos o Bolsa Família, programa de renda mínima permanente, e ele? Fizemos as Upas, o Brasil Sorridente e o SAMU, e ele? Geramos mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada, e ele? Bem, ele bate recordes de desemprego com cerca de 14 milhões de brasileiros e brasileiras sem ter como manter suas famílias. Isso sem contar os milhões de desalentados que desistiram de procurar emprego.
Vamos ao debate. Na arena certa. Que é junto da nossa gente.
Luiz Marinho é Presidente do PT/SP, foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT, ministro do Trabalho e da Previdência no governo Lula e prefeito de São Bernardo do Campo