Obstrução da justiça

Em entrevista concedida a uma emissora de televisão amiga, Bolsonaro admitiu ter cometido o crime de obstrução da justiça. Ele afirmou, em rede nacional, que pegou o áudio da portaria que poderia provar ou não que partiu de sua casa a autorização para a entrada de um dos suspeitos no condomínio onde morava e que também tem como vizinho um dos acusados pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson minutos antes do duplo homicídio ser praticado.
O mesmo áudio que a turma de procuradoras do Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou ter feito uma “perícia” em tempo recorde de duas horas e meia. Turma, aliás, que contava, em suas fileiras, com pelo menos uma apoiadora contumaz e xiita de Bolsonaro durante a campanha dele.
Por muito menos do que Bolsonaro afirma ter feito, várias pessoas já foram presas com o argumento de obstrução da justiça. Sérgio Moro, o falso paladino da moralidade, era pródigo em determinar prisões. Agora, como em outros momentos envolvendo a família do seu chefe, ele se cala.
As instituições precisam se levantar contra a recorrente prática delituosa dessa família. É inadmissível seguir com essa blindagem que beira a cumplicidade. Os partidos de oposição no Congresso Nacional já estão se mobilizando. Porém, o STF precisa se manifestar  sobre as práticas criminosas, assim como o Ministério Público Federal também precisa cumprir o seu papel. A família Bolsonaro não pode estar acima de tudo.

Deixe uma resposta